SOLILÓQUIO
Muitos dias sorrindo
Passaram à porta da minha casa,
E a cada vez eu lhes acenei,
E chamei-os para a mesa,
E lhes disse ficassem à vontade,
Demorassem. Demorassem...
Para que pressa?
Não fosse breve a sua visita!
Muitos atenderam o convite,
E entraram,
E minha casa ficou cheia
De conversas, de risos, de festa.
Mas, ignorando meu pedido,
Logo foram embora
Levando na sua sonora partida
Cantigas nunca mais repetidas.
Mas, desde aquele dia,
Não há silêncio nesta casa
E veio morar comigo a alegria!