NÃO VI

Não vi, da janela em que habito

Os campos e as canhadas,

Nem os sonhos de gineteada

Dos tempos em que era guri.

Olhei ao longe e não vi

Meus sonhos de liberdade,

Hoje sofro de saudades

Da querência onde nasci!!!

Procurei a gurizada

Correndo no arvoredo,

Procurei os meus brinquedos

Companheiros de jornada,

Mas me faltava a peonada

Pras batalhas imaginárias

Onde meu potro malacara

Partia à primeira clarinada.

Mas que saudade daquele tempo

Onde o horizonte era um sonho

E hoje me encontro tristonho

Bem longe de onde eu nasci

Mas novamente me vejo ali,

Em um entrevero medonho

Onde o Curi dos meus sonhos

Ainda teima em ser guri!!!

Cuiabá-MT, 13/04/2016.

João Ivo Gonçalves de Souza
Enviado por Tapejara Vacariano em 10/12/2016
Reeditado em 10/12/2016
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