MINHA CIDADE.
Encantado com o clima pitoresco
Que a cidade o meu berço enriquece
Eu respiro o seu ar puro e fresco
Que a relva das colinas me oferece.
Ao olhar seus canteiros fartos em cores
Sinto a vida brotar da natureza
Vendo o chão como um tapete em flores
Perfumando toda terra em beleza.
É do alto do magano o tenaz frio
Que congela a lua e seu clarão
A neblina se condensa em desafio
Destorcendo em fumaça a visão.
De manhã o concriz seu canto entoa
Como faz um clarim á despertar
Ver-se então a cidade que garoa
No jardim canteiro e pomar.
As pessoas renovadas se levantam
Com o morno de um sol que está vindo
Mordem as frutas que no quintal se plantam
Sentem o cheiro de um roseiral se abrindo.
As calçadas frias pelas neblinas
Sentem o peso dos calçados lhe pisando
São sandálias alpercatas e botinas
Que em passos todos vão se alternando.
A neblina dá por fim sua visita
E o céu abri o azul sobre o cipreste
Corre o pai fica a mãe usina apita
É assim que amanhece no agreste.
Sou de lá sou capim que se declina
Descansando o verde sobre a chapada
Vendo a lua com paixão cumprindo a sina
Dando um beijo na minha cidade amada.
Estão nas nuvens os desejos mas diversos
Que as virgens sentiram por seus amores
No inverno cai uma chuva de versos
Sobre os cantos dos seus trovadores.
Foi-se o tempo os anos se passaram
Da cidade me disperso e me deixo
Pois a gora duas lágrimas deslisaram
Dos meus olhos escorrendo ate o queixo.