MINHA CIDADE.

Encantado com o clima pitoresco

Que a cidade o meu berço enriquece

Eu respiro o seu ar puro e fresco

Que a relva das colinas me oferece.

Ao olhar seus canteiros fartos em cores

Sinto a vida brotar da natureza

Vendo o chão como um tapete em flores

Perfumando toda terra em beleza.

É do alto do magano o tenaz frio

Que congela a lua e seu clarão

A neblina se condensa em desafio

Destorcendo em fumaça a visão.

De manhã o concriz seu canto entoa

Como faz um clarim á despertar

Ver-se então a cidade que garoa

No jardim canteiro e pomar.

As pessoas renovadas se levantam

Com o morno de um sol que está vindo

Mordem as frutas que no quintal se plantam

Sentem o cheiro de um roseiral se abrindo.

As calçadas frias pelas neblinas

Sentem o peso dos calçados lhe pisando

São sandálias alpercatas e botinas

Que em passos todos vão se alternando.

A neblina dá por fim sua visita

E o céu abri o azul sobre o cipreste

Corre o pai fica a mãe usina apita

É assim que amanhece no agreste.

Sou de lá sou capim que se declina

Descansando o verde sobre a chapada

Vendo a lua com paixão cumprindo a sina

Dando um beijo na minha cidade amada.

Estão nas nuvens os desejos mas diversos

Que as virgens sentiram por seus amores

No inverno cai uma chuva de versos

Sobre os cantos dos seus trovadores.

Foi-se o tempo os anos se passaram

Da cidade me disperso e me deixo

Pois a gora duas lágrimas deslisaram

Dos meus olhos escorrendo ate o queixo.

Ebenézer Lopes
Enviado por Ebenézer Lopes em 09/12/2016
Código do texto: T5848220
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