Trago um sofrimento na memória
De meses que “morei” no hospital
Minha mãe começou a tossir muito
Foi fazer exames, sentiu-se mal.
Antes, bem forte, cuidava da gente
Nos acudia sem pestanejar
Não sei como pude vê-la doente
Deus que me deu forças para lutar.
Segui em frente, não tive fraquezas
Sem os problemas e toda mazela
Deixei para trás minhas incertezas
Corri feito louca, para cuidar dela.
Oito meses sempre debilitada
Com muitas crises de falta de ar
Uma mulher tão forte e guerreira
Não mais tinha forças para andar.
Assistência médica, não faltava
Exames? Garanto, tudo foi feito!
Mas a doença só foi confirmada
Quando já tarde, não teve mais jeito!
Deus a levou numa certa manhã
Teve pena das filhas, na verdade
Quis amenizar tanta agonia
Agora restou eterna saudade.
Um mês e longos anos vão passar
Saudade será a mesma, doída
Eu vou sempre sentir a sua falta
Um abraço saudoso, mãe querida!
Agradecida a Deus, por me dar
O dom de transformar essa dor
Nesse triste, porém, belo poema
Um retrato da saudade e do amor.