COISAS QUE SE GUARDA NO CORAÇÃO

Quando um veículo passava o pó me cegava.

As belezas do lugar ao coração me falava.

Eu ia de pé no chão.

Ia na companhia de minha mãe, de meus irmãos.

Eta, tempo bom!

Estradão.

Noutras vezes ia com meu pai no fundo da carroça.

De tudo eu fazia troça.

Do burro que nos puxava.

Do mato que enroscava.

Duma galinha que cacarejando à nossa frente passava.

Poeira.

Poeira vermelha.

Os sítios todos...

O cheiro bom de flor de laranjeira.

Vou guardar no coração esta estrada a vida inteira.

Minha terra.

Meus pais.

Meus irmãos.

Amigos... tantos conhecidos.

Uns ainda vivem. Outros partiram...

Tenho tudo guardado.

É a relíquia do meu passado.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 28/07/2007
Reeditado em 06/04/2011
Código do texto: T582723
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