O MEU QUINTAL
Ainda vivo no meu quintal,
Como vivia na minha terra Natal,
Naquele tempo a vida era outra,
Aqui vivo enclausurado,
Como um prisioneiro,
Para não ser crucificado.
O meu quintal daquele tempo,
Tinha animais e bananais,
Mangueiras e mamoeiros,
Aqui o meu quintal é diferente,
A escrita é meu passatempo,
Mantém activa a minha mente.
Não deixo o meu quintal,
É o meu lugar, é muito real,
Daqui observo o mundo,
Selvagem, decadente e imundo,
Em que a humanidade se mutila,
Em guerras e se humilha.
Vivo dentro do meu quintal,
Para não ser tratado como animal,
Tenho palavra e personalidade,
Desprezo a mediocridade,
Sei donde vim e para onde vou,
Valores de meu pai e meu avô.
Ruy Serrano - 11.11.2016
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