CARTAS DE AMOR
Ainda me lembro das cartas de amor
Que, quando jovem, recebia da minha namorada,
Como eram carinhosa, cheias de calor,
Sempre chegavam perfumadas...
Cada envepole era uma obra de arte,
Dentro vinham duas ou mais folhas de carinho,
Lia-as, cheio de saudade, sempre sozinho,
Tinham beijos de batom por toda parte.
Enquanto eu as lia, agitava-se o meu coração,
As frases eram sempre coloridas de saudades,
Elas me falavam das últimas novidades...
Meus olhos minavam lágrimas de emoção.
Repetia várias e várias vezes a leitura,
Sentia naquele instante a força da paixão,
Cada palavra refletia no meu coração,
O embalo do meu sonho de ternura.
Vinha, em anexo, uma ou mais poesias,
As quais reflexionavam o seu amor,
Eram versos singelos, com o calor,
Provindo das suas fantasias.
Os versinhos eram de pura emoção,
Falavam-me sempre de suas saudade,
Mostravam-me a sua realidade
De como vivia o seu coração.
Os versinhos diziam coisas, assim:
“Meu amor,
Escrevo-te esta cartinha
Porque me pede o meu coração,
Sonho contigo em todos momentos...
O desejo de te ver me enche de emoção,
Escreve-me logo, me dá essa felicidade,
Volta, amor, vem matar minha saudade,
Implora-te o meu coração.”
Aqueles versinhos eu os lia e relia,
Sentia um misto de tristeza e de saudade
E isso era tudo o que eu mais queria,
Ouvir do meu amor essa verdade!
Tarcísio Ribeiro Costa