ESPERANÇA
Nos caminhos da vida,
há sempre um abutre, no alto do Céu,
de tocaia na alma gente, em bicho faminto,
vagando sozinho...,
querendo viver!
Ah, não,
não é bicho moribundo, andando sozinho,
nem criança com fome, em busca de pão!
Só sei, por sabedoria da gente, que se aprende sem lê,
que juazeiro sem flor é presságio de dor, de caçimba sem água, pra bicho beber! Em tempo de seca, de terra rachada, até abutre se engana, com bicho morrendo, que deseja comer!
Enxerga do alto, coisas no chão..,
que não há pra se vê.
O vulto,
visto do alto,
não é coisa mundana!
É a esperança bendita, de sorriso no rosto,
andando sozinha, que vaga na terra, por puro prazer!
Leva consigo, o fardo da vida, a querência da morte,
da alma insensata do homem,
que por falta da chuva..,
deseja morrer!