Aos quinze ou dezesseis
Os beijos, as lágrimas,
Uma vez desabaste em choro,
Estavas terminantemente proibida de me ver.
Doeu muito,
Nunca entendi por que.
Éramos lindos e inocentes
Com isso a nossa paixão se perdeu no tempo.
Numa velha escrivaninha encontrei um bilhete seu
Um bilhete escrito num papel de cigarro.
Quanto tempo se passou...
É um papel de cigarro Continental
Faz tempo que deixei de fumar,
Você não fumava, mas achava bonito homem fumar
Era o máximo fumar.
Ah, o bilhete está meio ilegível, o papel amarelado, a tinta desbotou.
Da pra ler mais ou menos:
“Eu te amo, me espera, você é tudo pra...” deve ser pra mim
Quanta saudade!
Quantos sonhos dividimos! Juramos amor eterno.
Quanta pureza!
Um dia você me chamou pra fugir, lembra?
Viveríamos numa cabana e comeríamos frutos do cerrado.
Eu continuo apaixonado pelo cerrado...
Já li e reli seu bilhete, ele me deixou feliz, sabia?
É bom voltar no tempo.
No embalo de nossas lembranças, veio outra.
Lembra daquele menino branquinho?
Ele brigou comigo porque apaixonou por você.
Que culpa eu tinha?
Você era muito linda, ainda deve ser.
Eu não tinha ciúme,
Tinha muito orgulho de namorar a menina mais bonita daquele lugar.
Queria tanto te ver!
Poder rir com você, lembrar o que fomos...
Quem sabe refazermos?
Eu sei que é muito difícil!
Não sei por onde andas, não sei com quem andas.
Mas não faz mal,
Com esse bilhete, é só fechar os olhos que eu encontro você.