AQUELA MENINA

A menina que eu era,
Se encantava, estava para a aventura,
Se vestia de primavera,
Evolava... exalava a divina ternura.

Sonhava, conversava com a paineira,
Corria feliz pela colina,
Se via no reflexo da lua inteira,
Tinha o amor escrito nas retinas.

A mulher que eu sou,
Se esmaeceu com as dores dos dias,
Perdeu a delicadeza, a leveza da utopia.

Coisas da enigmática sina,
Decepções, desamores, rotina,
Aquela menina, sutilmente me abandonou.

Hoje nas minhas retinas, solidão é o que se lê,
...Inocente menina, cadê você?
. . . .
(Para minha mãe)