Brotogeris Tirica
Justo não é, ver um mundo em grades
pra aquele que desfila o verde
acorda com um canto, o claro se torna dia
meus pijamas de lado, os dentes não escovados
corria, descia os degraus
com o globo ocular preto, ali por toda fé
surgia um elo que eu batia o pé
Lhe beijava com uma ligação fortuna
que posicionava em baixo, todas do colegial
o alpiste era o teu cheiro
com respingo da maça que nós vigiávamos
pra não fugir do vermelho
Hoje penso, foste mais revolucionário
do que qualquer babaca bagunceiro
que se exibe revolucionário por machucar
os joelhos em cima de uma tábua de madeira
local estacionamento de um galpão de alimentos cujo o tema
é o supermercado da economia
Ante todo o conforto, dos meus braços
das tuas frutas cortadas, das tuas sementes de girassol
da segurança das palmas da minha mão
eu menino, abro a grade, a maldita grade
que nos angustiava
eu clamando por um amigo, você por liberdade
uma bomba atômica de reações
Choro, berro e volto pros meus velhos amigos azulejos
clamando por meu companheiro
lágrimas relativas a choro de um fracasso de primeiro amor
por outro lado
a liberdade, do ostracismo das vontades dos homens