Casinha branca
Longe muito longe visualizo a fumaça,
pela hora bem sei, donde ela sai agora,
a escalar os céus a desparecer na serra,
lá onde o Sol se esconde todas as tardes.
Cada passo no caminho é uma emoção,
que se renova na viagem ao interior.
Aqui a natureza é a pura inspiração,
Ouço uma sábia, canta um bem te vi.
Ao lado do caminho escorre o regato,
serpenteia com as águas cristalinas,
devoram pedras, irrigam a plantação,
deixa o caminho com um bom frescor.
Vejo agora a cancela trançada de cipó,
um cheiro bom vindo do fogão à lenha.
Na janela da cozinha vejo a minha vó,
a olhar o caminho o sorriso de ternura.
Caminho varrido com folha de alecrim.
No terreiro tem o café maduro a secar,
no jardim lateral o perfume do jasmim.
Regressar a esta terra é a pura poesia.
Toninho.