Colcha de retalhos

Vou juntando os pedaços,
De tudo aquilo que, ontem,
Chamamos de amor.
São pedaços no chão caídos,
De desejos incontidos
E de renúncias, mas sem rancor.

Foram beijos apaixonados,
No frenesi de abraços
Nas noites em que as horas
Passavam depressa demais,
Enquanto corpos ardentes,
Suados, mas tão frementes,
sempre pediam mais.

De todas as ruínas...dos restos,
De sonhos que eram repletos
E dos quais restam frangalhos,
Vou tecendo de cada sobra,
Uma simples e pálida obra:
minha colcha de retalhos.

Naget, 2014.
Reeditado em Julho de 2016
Najet Cury
Enviado por Najet Cury em 20/07/2016
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