Meu Cordovil.

Meu Cordovil, recordo com saudades...

A ingênua aspiração, o sonho doce..

Meus sete anos, por sobre a cidade,

lá, na colina, no Reino do Fosse.

E fosse eu Rei... E aquí, nesta capela,

o meu castelo, dominando a penha,

eu mandaria construir..E aquela..

Que a Rádio enfeia..Que abaixo venha.

Depois..,eu Rei diria ao mar..Caminha

E traz contigo um pedaço de praia,

pois quero ouvir a suave ladainha

das ondas mansas a quebrar na areia.

Depois...Ao vento. Leva em tuas asas

o meu desejo e traz, a tua volta,

a Paquetá inteira...Té as casas..

E,no meu mar, bem de mansinho ,solta.

Quero ,também, um trem, bem igualzinho

aquele grande, que a mãe sempre espia.

Co'o mesmo apito, carros e sininho

e que nos traz o pai, ao fim do dia.

E, assim, no Reino do Fosse, querendo.

Alheio à vida. Sonhando acordado..

Passou-se a infância e, desde que eu me entendo

por gente, é lá que eu me tenho encontrado..

Nas horas mortas..Longe..Embevecido..

Como a buscar a última esperança.

O último alento e o ânimo perdido..

Na ilusão de ser ainda criança.

kauffmann
Enviado por kauffmann em 15/07/2016
Código do texto: T5698681
Classificação de conteúdo: seguro