Meu Cordovil.
Meu Cordovil, recordo com saudades...
A ingênua aspiração, o sonho doce..
Meus sete anos, por sobre a cidade,
lá, na colina, no Reino do Fosse.
E fosse eu Rei... E aquí, nesta capela,
o meu castelo, dominando a penha,
eu mandaria construir..E aquela..
Que a Rádio enfeia..Que abaixo venha.
Depois..,eu Rei diria ao mar..Caminha
E traz contigo um pedaço de praia,
pois quero ouvir a suave ladainha
das ondas mansas a quebrar na areia.
Depois...Ao vento. Leva em tuas asas
o meu desejo e traz, a tua volta,
a Paquetá inteira...Té as casas..
E,no meu mar, bem de mansinho ,solta.
Quero ,também, um trem, bem igualzinho
aquele grande, que a mãe sempre espia.
Co'o mesmo apito, carros e sininho
e que nos traz o pai, ao fim do dia.
E, assim, no Reino do Fosse, querendo.
Alheio à vida. Sonhando acordado..
Passou-se a infância e, desde que eu me entendo
por gente, é lá que eu me tenho encontrado..
Nas horas mortas..Longe..Embevecido..
Como a buscar a última esperança.
O último alento e o ânimo perdido..
Na ilusão de ser ainda criança.