Histórias da memória
Lembro das antigas histórias
Contos de fadas e anedotas.
Como chapeuzinho vermelho,
Com lobo-mau, com guarda florestal,
E flores, mas
Não havia espelho.
Branca de neve,
Com madrasta bruxa
E uma menina branca como a neve.
Que uma maçã envenenada
Trouxe sua morte breve.
Recordo da pobre cinderela
Que foi feita empregada
Por uma madrasta
Mais feia que ela.
A bela adormecida
Que depois de furar o dedo num obegeto infeitiçado
Nunca mais foi vista
Durante cem anos ficou sumida.
Quanta gente enventada
Que nos dias atuais
Ficaram desaparecidas
Como se a bruxa
Do século XXI tivesse
Criado vida.
E todas histórias
Sido removidas
As crianças não aprende
Criar a vida
Sem violência, mas aprende
Todo tipo de ofença
Chingando e matando.
Até o presente já não
Tem valor
Se não for
Um tablete, com toda tecnologia
Que hoje não é mais a vapor
Não se brinca mais na rua
De pula corda ou pega-pega
Nem esconde-esconde
Menos ainda de pular amarela,
Quadradinhos no chão
Coisa mais bela.
Toda menina ganhava
Boneca, jogo de xícara e jarra
Ou um joguinho de panela
E assim as brincadeiras
Se tornavam tão boas
Como se fossem temperadas com canela.
Quem me dera voltar nessa época
Onde a felicidade
Era tão simples, doce e bela
Até mesmo de cor viva amarela.