Azul, tom de noite

Azul, tom de noite, a cor da sua blusa.

Seus olhos cobriam o meu medo.

Você estava ali.

Observando-me como se eu fosse o céu.

Aquele botão de rosa que sua atenção chamou.

A indulgente ternura remendou feridas abertas,

O silêncio alinhou as estrofes dos versos mudos.

Havia muito mais poesia no subentendido,

por isso não era um simples sonho esfumaçado,

porque seu toque suave de anjo era a minha cura

e o tempo não mais um inimigo da vontade,

mas o sábio andarilho que compartilhou

com os mais jovens tudo o que a vida lhe ensinou,

juntamente as marcas dos anos,

onde as cicatrizes nem sempre estão à vista

e nem por isso menos relevantes.

Porque elas são profundas e transformadoras.

Se for difícil falar de quem se ama sem chorar,

pode acreditar numa coisa que digo com franqueza:

quem mora no nosso coração nunca se vai!

Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 07/06/2016
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