Azul, tom de noite
Azul, tom de noite, a cor da sua blusa.
Seus olhos cobriam o meu medo.
Você estava ali.
Observando-me como se eu fosse o céu.
Aquele botão de rosa que sua atenção chamou.
A indulgente ternura remendou feridas abertas,
O silêncio alinhou as estrofes dos versos mudos.
Havia muito mais poesia no subentendido,
por isso não era um simples sonho esfumaçado,
porque seu toque suave de anjo era a minha cura
e o tempo não mais um inimigo da vontade,
mas o sábio andarilho que compartilhou
com os mais jovens tudo o que a vida lhe ensinou,
juntamente as marcas dos anos,
onde as cicatrizes nem sempre estão à vista
e nem por isso menos relevantes.
Porque elas são profundas e transformadoras.
Se for difícil falar de quem se ama sem chorar,
pode acreditar numa coisa que digo com franqueza:
quem mora no nosso coração nunca se vai!