ALDEIA DA SAUDADE
Na aldeia da saudade
Os dias são sempre iguais
As noites de nostalgia
As horas passam devagar
A Lua quando se levanta
Triste acena para as estrelas
As almas dos que partiram
Vagueiam entre as oliveiras
Os perfumes da primavera
Esses são sempre iguais
Incendeiam meus sentidos
Acendem mais a saudade
Da tua imagem querida
Perdida entre os pinhais
Revejo teu sorriso terno
Teu cabelo rebelde e sedoso
O encanto e brilho do teu olhar
Cheio de meiguice doce e furtivo
Mirando-me do outro lado da rua!
Aguardo ainda a chegada do carteiro
Portador de mais uma cartinha…
Mas como passou assim o tempo
Sem eu me dar conta dele?
E agora só a saudade habita
Entre as velhas casas desertas
Pelos campos incultos e solitários
Pelos caminhos desertos e áridos
Queimados pelo sol inclemente
Na aldeia da saudade, tudo se desfaz
Nada resta de outrora
Só mesmo os velhos a morrer
As mulheres tristes e desiludidas
E a saudade sempre presente!