DIGA-ME ALGO PARA QUE POSSA SORRIR
Pude ver seus olhos no céu
osculando as estrelas com seu brilho.
Sim, eu me iludi pelo seu retorno,
quando bateria na porta e chamaria meu nome.
Seu perfume de alfameza eu ainda usava
para não esquecer seu cheiro e jamais esquecer
seu coração pulsando forte enquanto
me acariciava com seu carinho doce de Mãe.
Posso sentir que seu sorriso abre o sol enquanto
eu durmo em manhãs de saudade do aroma
do café que você fazia sempre e sempre.
Escuto pelos corredores da estação da vida
as canções que a senhora escutava quando jovem
o encantamento do amor e da nostalgia,
ainda escuto sua voz me chamando de filho
ainda escuto sussurrando palavras de ternura.
E quando estavas se despedindo de mim
beijou minha mão me dando sua benção
e no canto singelo de seus olhos vi
uma lágrima tecendo e pude sentir
que nunca mais estaria ao meu lado.
Mas sei que nesse triste poema
eu escrevi em sua homenagem, mãe.
Me deste educação, me deste o caminho
da ética e da verdade.
E junto de vovó Jajá, estais a me proteger.
Até mais, mãe. Até.