Sem fim

Sem final

Como uma história sem final

Ou um canto sem coro ideal

Continuo a versejar para o “abismo”

Por mais que pareça egoísmo

Não vejo outro realismo

Para este meu hábito usual.

Uma mercadoria fora do capitalismo

Um sonho sem idealismo

Sigo a escrever, é normal,

Sem versejar para ter um final,

Eis que o ponto ideal,

É, justamente, aprofundar-me no abismo.

Sem desfecho como uma viagem para a eternidade

Para quem quiser não há restrição de idade

Estes versos trazem o anonimato

Não me importo em prezar pelo fato,

De pela escrita eu não deixar contato,

Apenas não quero ser celebridade.

No entanto, não “jogarei para o mato”,

Todos os anos de relatos,

Por pior que tenha sido a realidade,

Não escondo a felicidade

De ter sido, por um momento, celebridade,

Mesmo tendo perdido contato.

Sem fim, no entanto, será minha esperança,

Mesmo que não haja mudança

A escrita faz parte de mim

É como o jardineiro e o jardim,

Os anjos e os querubins

Poetizar me faz voltar a ser criança.

Marcel 07-05-16