Um inverno passado
Onde um homem caminhava, hoje já ninguém falava
Não por solidão, nem por vontade própria
Os pinheiros que erguiam-se ao sol
Cintilavam sob a fria brisa vespertina
Novamente a andar, sozinho a pensar
Desenhava em sua mente todas as lembranças
Que o passado uma vez lhe marcara em suas viagens e devaneios
Era simples e fácil. Refletia as dores para si e as contemplava mesmo assim
Afinal, o que somos se não meras representações de nossos próprios sentimentos?
O verde do campo, um trilho de trem quase abandonado
O vento leve que lhe bagunçava os cabelos claros
Uma fogueira seria acesa, mais à noite
Uma música seria tocada, para as lágrimas
E entre todos os sentimentos, aquele foi o melhor
Uma época que se encerrou, mas que pode voltar
Pensado, mas aproveitado.
Vivido, escutado e então sinta novamente o vento frio em uma tarde de sol.