AS CONTAS DA MINHA VIDA.
Aprendi a contar
Com meus dedinhos
Um a um com cautela
Cada vez
Quando a conta no pepel
Me perguntava
Me responda quanto forma
Três mais três?
Recorria aos dedinhos novamente
Um a um eu contava com altivez
E no final da conta
O resultado
Tava anotado tava feito
Era seis.
Mais depois fui ficando
Mais sabido
E na escola aprendi
Multiplicar
Fui na venda e comprei
Uma tabuada
Dessa vez comecei a decorar
E a pergunta se fazia
Outra vez
Me responda quanto é
Seis vezes três?
E eu em cima da bucha
Todo afoito
Seis vezes três com certeza
É dezoito
Eu respondia sem ter medo
De errar.
"Muito bem" confirmava
A professora
Acertou eu anoto com afinco
"Mais agora me confirme
O resultado
Me responda quanto dá
Três vezes cinco"?
Eu fechava os olhos e dizia
"Pois lá vai o resultado
Nessa tinta"
Com um lápis escrevia
Com certeza
Em sua mesa eu mostrava
Que era trinta.
Mais depois eu cresci
Mais um pouquinho
E as contas foram em outra
Direção
Se somar dividir e multiplicar
Ficou pouco eu cheguei
Na equação
Foi aí que quase quebro
O quengo
Quase empeno o pobre
Do meu chassis
Com parênteses colchetes
E tudo mais
Pra achar o valor de
Um tal de xis.
Aprendi mais tive que parar
Pois a vida me ensinou
Outra temática
Já casado precisei de trabalhar
Foi então que desisti
Da matemática
Sendo pobre sem recurso
Foi difícil
Sem dinheiro não podia
Estudar
Hoje faço outras contas
Diferentes
Que a vida me ensinou
Para somar.
Eu me lembro quando
Era menino
A lembrança se aninha
No regresso
Se somar persistência
Com trabalho
Com certeza o resultado
É progresso.
Minha família é pequena
E bonita
Eu conheço bem os seus
Sinais
Nela multiplico meu
Amor
Depois divido em partes
Iguais
Assim eu sou feliz
Calculando de tudo nessa
Lida
Faço conta de tudo que
É eu gosto
É assim a matemática
Da minha vida
Se multiplico já começo
A dividir
E dividindo eu torno a somar
Se somar o amor com o
Respeito
O resultado é uma vida boa
De lascar.