Surto de culpa

Ando tão desligado, calado, intrigado, desse mundo complicado de agora,

alheio e indiferente, sem rumo, inconsequente, perdido carente nesse meu caminhar.

Tentando em vão,sem rasão, na escuridão, sem noção, encontrar aquele anjo que outrora,

alegre, contente, valente, sorridente, insistente as minhas mãos tentou alcançar.

As vezes contido, indeciso, impreciso não consigo entender o porque de certas coisas,

quando foi, como foi, porque foi, onde foi que errei ao querer tanto assim te amar.

Se na ânsia absurda das minhas vãs idéias loucas,

ou se no mais esdrúxulo sentido do medo de errar.

Sei que em alguns momentos um desalento me alcança,

pelo surto absurdo, de culpa da minh'alma doente

e a cada dia que passa procura abraçar qualquer esperança,

de abraçar a perdida esperança, maldita esperança do dia sequente.

Perdido, acuado, amarrado, marcado, inconformado, queria tanto saber o que tens feito,

como tens passado, em que estado, traçado, marcado nessa minha interminável ausência.

Se ainda se lembra, ou sonha, tristonha, enfadonha, ou risonha, o passar, de todo esse tempo,

ou se já esqueceu, deletou, de repente, pra sempre a minha existência

se na ânsia absurda, cega, surda e muda das minhas idéias tão loucas

ou se no mais esdrúxulo sentido incontido, impreciso, ferido do medo de errar.