Céus
Oh céus que trovejam dores
quando amores se vão
Tal qual triste canção
são os gemeres de dias cinza
que apoucam as cores
de um dia que já foi júbilo
Ocultam os lampejos de sol falho
delonga seu adeus
á espera de um olhar esperançoso
Corrompem o silêncio cúmplice da noite
que em lua aninha palavras indizíveis
embalam o sono da solidão
Cantem minhas dores ao tempo
como as dores da minha mãe
que entoava gemidos do temporal
ao suplicarem meu nascer
Afogueiem minha alma esgotada
que dorme o sono dos tolos
Alia-se ao frio dos fracos
lamentando o erguer
Não emudeçam meu som plangente
sem vigor, esquecido
perdem-se em pesares
que não souberam ir
Por Débora