Nunca mais seremos os mesmos

Eu me lembro

De quando

Me olhava

No espelho

De meu quarto

Via dos seres

Tão distintos de si

As expressões

Se misturavam

Entre a luz

E a escuridão

Cada detalhe

Era percebido

No olhar perdido

Daquele jovem

Antes um adolescente

Que mesmo na dor

Conseguia ser

Todo pintado

Como um quadro

Hoje um adulto

De contorno abstrato

E cores neutras

Ambos intercalam

Um encontro

Entre períodos

Muito distintos

A emoção do jovem

De cara com

A razão do adulto

Um é morte

Outro a vida

Só se sabe

Que eles

Nunca mais

Seremos os mesmos.

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 18/02/2016
Reeditado em 21/03/2016
Código do texto: T5547076
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