Voltando a terra natal
Um dia voltarei a minha bucólica terra
Um dia voltarei a minha eterna aldeia
Para reconstruir meus sonhos
Perdidos ao longo do caminho
Quero cavar o meu jardim
E plantar margaridas, a dálias e girassóis
Quero ofertar flores aos vizinhos
Aos estranhos que passam na rua
E outra parte depositarei nos átrios do Senhor
Em atitude de gratidão
Minha varanda pintarei com as cores dos trigais maduros
E colocarei uma linda cadeira de balanço de frente à rua
Para ver as pessoas passarem
A minha casa estará aberta o ano inteiro
Em todas as estações
Não importa se é inverno, ou verão
Será tempo de abrir o meu coração
Sorrirei a todos os que cruzarem o meu caminho
Certamente darei bom dia com alegria
De vez em quando abrirei o baú
E reverei os retratos antigos
As poesias marcantes
E por um só instante
Divagarei no tempo atemporal
Em busca das doces memórias do passado
Não falarei das mágoas
Não falarei das perdas
Não falarei dos ressentimentos
Nem tampouco dos amores perdidos, esquecidos
Todos esses sentimentos ficaram para trás
Em um passado distante e foram diluídos pelo amor
Pois aprendi usar o bálsamo e o mel
O bálsamo de Gileade cura qualquer ferida
O mel que desce da rocha adoça qualquer vida amarga
Quero repintar meus móveis antigos, históricos, sentimentais
Com as cores da esperança
Na velha geladeira vermelha colarei as fotos das pessoas queridas
Dentre todas elas, você que lê o poema neste momento
Quero fazer da chuva minha canção de ninar
Dos ventos meu mensageiro
E da cada entardecer um companheiro
Um dia voltarei com as malas cheia de saudades, nostalgia e esperança
Das terras em que vivi e fui feliz
E uma delas a pacata AVANHANDAVA