Retratos: Catalão para todos os gostos!
Um lugarejo para ser chamado de cidade,
dizem que precisa ter uma Praça, uma Igreja e um
Sujeito meio acriançado, desde que todos o adoram!
Isso sempre teve por aqui. Tivemos, temos e teremos.
Temos muito mais: um Morro cheio de Saudade e outro com Três Cruzes.
Uma Estação Ferroviária que se fez nosso Museu.
Uma Velha e uma nova Matriz! E muitos fiéis.
Um Colégio Mãe de Deus e Bernardino de Siena.
Uma gruta, uma Santa e um largo do Rosário.
Uma Praça, um Coreto e tantas saudades...
Por essas terras passaram os Bandeirantes.
E Bartolomeu descansou no sitio do Catalão!
E o Juiz Bernardo Guimarães julgou e eternizou
os tipos humanos da Comarca da Estrada de Ferro
no seu Ermitão de Muquém. Nessas ruas, há muito os
Ternos da Congada dançam e encantam nos louvores a
Nossa Senhora do Rosário. E mãos que surram o tambor
tirando ritmos africanos e bocas que cantam e suam África...
Essas mesmas mãos extraem do subsolo o nióbio e o fosfato!
Grafam, pintam e eternizam os costumes de nossos antepassados!
Nesses ares, pares ilustres desfilaram conhecimentos,
simpatia e amor ao próximo; pessoas do quilate de Maria
das Dores Campos, João Netto de Campos, Antônio Miguel
Jorge Chaud, Julio Pinto de Melo, Cornélio Ramos e outros
não menos formidáveis como o Zé do Trem, Tião Mola Faca,
Boca de Jaú, Zalada, Bozó, e outras anônimos que enriqueceram as tardes nos barzinhos e nas portas das casas de compadres e comadres.
Noutras cidades a vida é pequena. E não há céu como o de Catalão…
E estes jovens universitários sempre de sorrisos estridentes, de olhares doces e energia suficiente para manter viva esta cidade por outros séculos!
Dói em mim um rio de saudades de tantos que partiram.
A cada Rua um rosto que se foi...
A cada ausência um ai que sai.
Se esta cidade fosse apenas a Rua da Grota, já seria.
Se fosse apenas o Morro de João e sua capelinha branca, já seria.
Se fosse a Rua dos Cavaleiros e das carabinas de papo amarelo.
Se fosse a cidade dos coronéis, se fosse apenas a cidade do time CRAC.
Se fosse a cidade das barraquinhas, se fosse só das flores e dos amores!
Que seja sempre assim esta cidade em que nasci. E que o seu povo conserve este sorriso e esta amabilidade com os que chegam e renovam o nosso oxigênio!