DO TEMPO, DO VENTO...
Queria falar do tempo
Do vento
Falar do que se foi...
Para quê? Muitos perguntariam
Para que falar das coisas do passado?
Tudo se esvaiu para a casa do nunca mais
Mas há horas que gosto de contar
Falar do tempo em que me sentava à beira do fogão
Do tempo que tomava água na bica
e banho de bacia
Quantas bolhas de sabão eu fazia!
Do tempo em que as cabras e os porcos vinham comer em minha mão
Dos rios
Do arvoredo
Dos castelos de sabugo de milho
Do moinho
Dos brinquedos feitos com coisinhas da natureza
Do sonho encantado
Da infância tão linda
Foi-se?
Está tudo guardado