<01>Páginas avulsas
Páginas avulsas
São essas páginas
épocas do querer sem medidas;
do amar sem medos e sem vaidades,
com pressa e sem avareza...
Marcas do relógio carrasco
e que não ouve lamentos...
rogos de sua morosidade,
tentar é tão inutilmente,
frear os ponteiros do tempo...
Recordações do prelúdio,
antigos retratos,
retalhos de ingenuidade
nos mergulhos ao abstrato,
nas distâncias de futuro,
nas crenças aos feitios fantásticos...
Vem reminiscências
das velas jogadas ao mar
em busca de solidões,
e um nome escrito na areia
que o mar, sem dó, apagou...
E ainda há os fragmentos
dos medos e dos segredos
que por entre dedos escaparam,
dos tempos que se arrastaram,
das vezes que imitei as velas
e enchi-me de maresias;
dos hiatos de saudades
de tudo o que era impreciso...
Foi quando descri do amor
e ali desisti do mar
minha nau se pôs a vagar
por me faltar o sorriso...