O Carreteiro.

Ainda hoje se ouve falar

De um tempo que longe foi

Do velho carro de boi

Que rangia sem parar

Um carreiro a gritar

Ou cantar uma toada

Eira boi eira boiada

Parecia não cansar.

Carreta cheia de mantimentos

Para vender na cidade

Mesmo na dificuldade

Mostrava o seu talento

O grande conhecimento

Que adquiriu trabalhando

Passava sempre cantando

Pelo aborrecimento.

Hoje em dia

Já quase não se vê mais

As carretas de animais

Que rangiam nestas estradas

Transportando a produção

Enfrentavam qualquer parada

Pois até mesmo excursão

Eram pôr elas transportadas.

Pessoas se reunião

E saiam de madrugada

Era formado um comboio

Muitas carretas lonadas

Passavam pelo bocó

Numa tal de invernada

E só paravam nos Mazangui

Para dar uma sesteada.

Descansados os animais

E comprados os alimentos

Seguia a carretiada

Levando abastecimento

Para ficarem vários dias

Nas carretas no acostamento

E tomando banho de mar

Para curar ferimento.

Se o tempo era de chuva

Ficava dura a parada

Animais amassando barro

As carretas atoladas

Só não tirava alegria

Que eles tinham na chegada

Muita gente esperando

Pela tal água salgada

Que amenizava as doenças

pois era abençoada.

Hoje só se vê carretas

Dentro das propriedades

Do velho carro de boi

Fica uma grande saudade

No lugar da água salgada

Hoje se usa o remédio

Na praia só se prédio

E gente quase pelada.

Poeta Edgar
Enviado por Poeta Edgar em 07/01/2016
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