O Carreteiro.
Ainda hoje se ouve falar
De um tempo que longe foi
Do velho carro de boi
Que rangia sem parar
Um carreiro a gritar
Ou cantar uma toada
Eira boi eira boiada
Parecia não cansar.
Carreta cheia de mantimentos
Para vender na cidade
Mesmo na dificuldade
Mostrava o seu talento
O grande conhecimento
Que adquiriu trabalhando
Passava sempre cantando
Pelo aborrecimento.
Hoje em dia
Já quase não se vê mais
As carretas de animais
Que rangiam nestas estradas
Transportando a produção
Enfrentavam qualquer parada
Pois até mesmo excursão
Eram pôr elas transportadas.
Pessoas se reunião
E saiam de madrugada
Era formado um comboio
Muitas carretas lonadas
Passavam pelo bocó
Numa tal de invernada
E só paravam nos Mazangui
Para dar uma sesteada.
Descansados os animais
E comprados os alimentos
Seguia a carretiada
Levando abastecimento
Para ficarem vários dias
Nas carretas no acostamento
E tomando banho de mar
Para curar ferimento.
Se o tempo era de chuva
Ficava dura a parada
Animais amassando barro
As carretas atoladas
Só não tirava alegria
Que eles tinham na chegada
Muita gente esperando
Pela tal água salgada
Que amenizava as doenças
pois era abençoada.
Hoje só se vê carretas
Dentro das propriedades
Do velho carro de boi
Fica uma grande saudade
No lugar da água salgada
Hoje se usa o remédio
Na praia só se prédio
E gente quase pelada.