Páginas avulsas
Páginas avulsas
São essas páginas
época que te quis sem medidas...
Amei sem medos e sem vaidades,
com pressa e sem avareza,
mas foi o relógio carrasco
em não ouvir os meus lamentos...
roguei por sua morosidade,
tentei, tão inutilmente,
frear os ponteiros do tempo...
Recordando o prelúdio
vejo antigos retratos,
retalhos de ingenuidade
nos mergulhos ao abstrato,
nas distâncias de futuro,
nas crenças aos feitios fantásticos...
Vem reminiscências
das velas que se lançavam ao mar
em busca de solidões,
teu nome escrito na areia
que o mar, sem dó, apagou...
E ainda há os fragmentos
dos medos e dos segredos
que eu deixei escapar,
dos tempos que se arrastaram
(mas nunca ao meu favor),
das vezes que imitei as velas
e enchi-me de maresias,
dos hiatos de saudades
de tudo que não vivi...
foi quando descri do amor
por me faltar o sorriso...