Teu rosto ainda assombra minhas noites,
onde o sono não chega, e os sonhos morrem.
Na névoa passageira do teu amor fugidio, 
vens com o sorriso mais lindo, deixando
uma lágrima cair.
Meus olhos buscam ver algum resto de amor, 
mas escapas por entre as nuvens do meu desejo,
deixando o cheiro da saudade, do tempo em que éramos felizes.
Assombradas noites em que encontro-te em mim, 
na escuridão da ausência que deixaste, na descoberta
do amor que não era meu.
Ofuscado pelas lembranças, 
és somente uma miragem desprovida de luz,
que assola minha imaginação cansada de esconder-se.
E, quando os primeiros raios de sol, preguiçosos,
entram em minha janela, 
desapareces no oásis da noite com a mesma névoa
que trouxe tua imagem, 
então, eu volto a esquecer-te.
Já não és nada, nem sombra a assombrar-me, 
nem luz a iluminar-me,
nem amor a amar-me,
já não estás aqui.