Lembranças (Terra Natal)
Quando vou a minha terra natal,
sinto um misto de alegria e melancolia.
Lembro do quanto fui feliz,
e do quanto sofri.
Revejo meus sorrisos espalhados por onde percorri,
e também as lágrimas que deixei cair.
Me deparo comigo mesma:
alguém não muito mais conhecida minha.
(Quem era eu?)
Mergulho em um turbilhão de emoções
E sentimentos vividos esquecidos e deixados
nas esquinas por onde passei.
Lembranças boas, doces, amargas, azedas,
de clareza, de escuridão, de coração... aahh!!
E quanto coração ficou pra trás?
E tive que remontá-lo, várias e várias vezes.
Juntar os pedaços e recomeçá-lo com uma nova batida.
Lembranças são (apenas) lembranças
E como são lembranças,
devem ficar no seu devido lugar no tempo:
passado/presente.
Devem ficar em um presente um tanto ausente,
para não se tornar presente.
Lembranças devem permanecer
nem tão distante, nem tão próximo,
nem tão real e nem irreal...
Lembranças!
A vida segue sem retorno,
mas podemos escapar pelo da atalho da memória
e assim nos reinventar,
reviver sem deixar de viver,
e seguir...
Rumo ao novo e desconhecido:
o momento presente.