FEIRA DE VIÇOSA
Por: Tânia de Oliveira
 
Ainda sonhando, ouvi ao acordar,
O grito do menino, de cima do caminhão:
- Oia a “abroba” vermelhinha, oia!
Nunca esqueço “daquilo” não!
Ai ai, como eu amava a feira,
Entre tudo que minha Viçosa tem,
E por causa disso, sempre sonho com ela,
A feira acontecia perto da Estação do Trem.
A diversidade de grãos, de ervas e frutas,
As bancas de verduras fresquinhas,
As toldas de panelas de barro,
Caqueiras, cofrinhos de porco, quartinhas.
Lembro as mulheres convidando as outras:
- Vamos fazer feira, minha vizinha!
Cavalos com caçoar, carroças, charretes,
Até carro de boi tinha!
O som da feira, as vozes  dos feirantes,
Uma Banda de Pífano, sempre a tocar,
Noutro canto um repentista cantando
E o povo em círculo, de boca aberta a escutar,
Nas barracas o cordel, sempre tinha seu lugar
Histórias mirabolantes, dava até para arrepiar
O povo sorria ,e até chorava com as tramas,
Todas criadas só para encantar.
Outra coisa que não esqueço,
Era a diversidade de bruxinhas de pano
Vestidinhas de chitas coloridas
Cada menina escolhia, presente de fim de ano.
Já para os meninos, um monte de geringonças
Como carrinhos de lata, piões que rodavam
Junto as pipas grandes, lindas, coloridas,
Que em cada banca se espalhavam.
Ai Viçosa minha terra, as  tuas feiras,
Dos meus tempos de criança,
Até hoje povoam meus sonhos
Fixadas em minha lembrança!
 
 
 
 
 
 
 
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 18/12/2015
Reeditado em 18/12/2015
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