Na praça
Debaixo do caramanchão florido, vivia feliz
Eram flores que emanavam suave perfume
Na infância com a companhia que sempre quis
Vivendo a fantasia e a quimera como meu lume.
Olhava o céu e apontava as inúmeras estrelas
No infinito, até onde meus olhos as podiam ver
Imagens reluzentes em mim, como esquecê-las?
Se tudo ficou gravado entre o querer e o poder.
Nos folguedos infantis não faltava a presença
Da musa dos poetas, romântica e prateada lua
Que me encantava com a sua claridade intensa
E me convidava para as brincadeiras lá da rua.
Eram companhias inocentes, sonhos pululantes
Que me atraíam nessa fase de plena efervescência
Cantigas de roda em meio a pensamentos distantes
Embalados nessa hora por uma maternal presença.
Era a pré-adolescência, onde vivia o prazer de brincar
Não somente os divertimentos pueris sob a luz da lua
Mas também o sonho de cruzar o espaço, subir, levitar
Como as andorinhas, seguir seu voo com a face nua.
Mena Azevedo