Olhos de Anil

E já faz um tempinho em que eu parti em direção ao horizonte.

Mas eu sei que ai dentro estou eu.

Já faz alguns meses que venho trilhando meu caminho em solitude.

Ainda vejo aqueles velhos mensageiros do vento nas varandas que não foram postos,

Eu ainda ouço aquelas velhas gargalhadas que também me faziam rir.

Hoje eu vejo quanto o tempo é precioso, e como sutilmente deve ser aproveitado.

Era como um sonho, mas hoje encontro minha realidade.

Já não sei mais escrever poesia, já não choro mais por isso.

Sinto a brisa leve tocar como veludo a minha alma rebelde.

Ouço canções e não tenho mais as velhas recordações tristes comigo.

Meus olhos não desaguam mais por ti, não mais soluço.

Agora tenho minhas próprias paisagens para apreciar,

Sem miragens, apenas esfrio meu café.

Sei que ainda estarei ai, por muito tempo, mas sempre em silencio.

Separados encontramos um sentido para os acontecimentos, foi apenas uma lindas aventura.

Uma vida, vivida, em apenas um caso.

Caso esse seria de amor?

Aqueles doces olhos de anil que refletiam como o azul do céu, amaciavam minha alma rebelde acalmavam a loucura do meu ser,

Seguimos nossos caminhos

Mas nossas almas continuam entrelaçadas na eternidade do instante que durou.