Não esqueço da minha pequenez

Eu não esqueço da minha pequenez

do quanto vivi,de onde vim

vim das mais auras terras

brandadas pela aridez

dos que buscam sedentos o pão de comer

Onde os pés

de palmeiras

eram sombras

de suplente escasso

Vivi onde a dureza

dava as mãos á pobreza

nasci onde a alegria

era estar junto a quem se ama

Não esqueço de como vivi

correndo pelas estradas de terra

como um curioso para o mundo em que vi

Onde o pardal e o canário

se juntavam para cantar o amanhecer

prontos para dar um bom dia

aqueles que lá se encontravam

Era feliz

e então notei que a felicidade

é se contentar com o pouco que se tem

Descalços corríamos

pela casa

á procura do amigo

que se escondia nas sombras das cortinas

Há muitas recordações

mais nenhuma melhor do que aquela

que comíamos a comida na panela

junto a parentela

quando crianças corríamos

pelos pedestais

das igrejas noviças

das clarissas

vida que não se foi

mas permanece

exumada junto ao passado

latente e receptível

que nunca me esquecera

vida tranquila

no coração nenhuma ferida

a abrandar a alma

remédio salutar

para os soluços do espírito

menina pequena

com olhos brilhantes

a me arrodear

checando se estivera bem

junto aos desdéns

palavras de calamidade

que jorravam do peito

daquele que não fala

coração gritante

ao silencio da noite

se esvai como queda de cachoeira

dias brilhante

que nunca mais passaram

pois permanecem gravados

em cada ser suas emoções.

Poesia: Gilberto Pereira

Gilberto Dáfila
Enviado por Gilberto Dáfila em 15/10/2015
Código do texto: T5415908
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