ME ESQUECENDO

Esquecido... é o poema em que me inspiro...

Por vezes não aceito,

Por vezes me encanta.

Esquecido... o frasco de perfume...

Com propósitos de lembranças,

Que a pele absorveu o desejo da feminilidade,

Esquecido... a velha jaqueta desbotada ...

Despojada, agora lembrada com carinho o corpo que lhe pertencia.

Esquecido... de você foi...

O perfume carismático de m'alma,

Que doou o brilho da jade lapidado em seus olhos.

Esquecido... fui dos meus sonhos...

Mais agora acordado, as lágrimas molham minha alma.

Esquecido... fui na estação...

O trem vai e vem, eu não fui e nem voltei,

Fiquei a deriva do tempo,

Foi certo ficar só com as lembranças?

Esquecido... mas lembrando...

Aquele homem de vestes preta,

Que caminhava por aquela rua serena noturna,

Com uma rosa branca na mão ,

Encontrarás seu amor?

Esquecido...fui na noite...

Na vidraça da janela, aquela mulher de olhar meigo e dócil,

Vestindo branco em seu corpo,

Com a taça do vinho rubro, exalando perfume das casta antigas,

Receberás a rosa do homem de vestes preta?

Ah! vou me esquecer...

Em uma balsa perdida no mundo das águas,

Em uma flor que não ha dor,

Na essência de um perfume secreto,

Na jade de seus olhos,

Em fim, me esquecer em um pedaço de você...

Vou me esquecendo.