Ares de Pitanga
Ares de Pitanga
O velho barquinho,
O frio na barriga,
Um homem ranzinza
Rema forte nas águas.
Turvas são as águas,
Correntes tão calmas.
Há do outro lado
Um lugar de sossego.
Um cheio de pitanga
No mundo inteiro.
Os meus pés na areia,
Os passos tão firmes.
Tu estás ao meu lado
Até os confins da terra.
Vislumbro em silêncio,
Canções aos ouvidos,
Meus olhos perdidos
Devoram os teus.
Nos singelos toques
Eu fui mais que seu.
Outra caminhada,
Pés em águas rasas.
Um abraço tão forte
Escondia um adeus.
Tuas mãos nas minhas,
Mistérios ali havia,
Os passos que foram,
Os mesmos voltaram.
Abraso a recordação
Desta eterna paixão.
Victor Cartier
Dedico a W. O. B.