Lembranças da roça
Em 97 eu era criança
a roça era a esperança
de uma doce infância.
Eu torrava o café
na terra serena
e rezava com fé
para o verde da mata
iluminar
à vida dos pássaros
para que como eles
eu pudesse cantar
a canção dos bálsamos.
A fumaça subia
na casinha de adobo
convidando o João de Barro
para fazer dela sua morada
e tudo era arte e beleza
a riqueza era plantada no coração
ter a vida nas mãos
e na alma
o canto da natureza, respira e acalma
o corpo cansado
pelo café torrado
descansa contente
na pura poesia
dos pássaros
na casa de barro.