Memórias de Um Poeta I - De volta à Essência

Sou alguém que, na maioria das vezes, é descompreendido pelo fato de ter uma alma, um gesto e uma forma de vencer completamente dispare em relação aos outros. Alegria, afeto, paixão e desejo me revertem todos os dias, mas assim como a lua tem fases clareadas também se têm às enegrecidas. Não pela solidão que me abate mais por causa do ser que se renova em mim.

Saudades nem as carrego mais, porque se as tenho meu coração se esvaece. Porém, se as esqueço meus pensamentos e emoções renascem das sombras do meu profundo ego. Vivo com o medo que todos aqueles possuem e fingem não tê-lo. Busco em mim mesmo: a essência e o segredo para a sofreguidão que tanto me assola e me dá tantos motivos para chorar.

Penso nas pessoas como se elas fizessem parte de mim, embora se afastem já que apercebem uma nova criatura. Cheia de maneiras inusitadas que, acima de tudo, possuem uma aura piedosa e solidária. Que olha as que estão a sua volta e, apenas, ver o que se tem de melhor: suas qualidades líricas.

Imagino um mundo melhor, onde todos possam sonhar num alvorecer extasiante por um olhar que procuramos por aonde andamos e não encontramos. Cada aspecto nosso, reflete nos outros o que somos de verdade, mesmo que estejamos fugindo de nós mesmos.

Ser poeta é ser imaginativamente um indivíduo inconstante, efêmero e eterno em busca de algo que nem mesmo existe ou existirá. Porém, cada qual tem suas delicadas e singelas feições que partem de seu “eu” mais desconhecido e perplexo.

Acordo numa manhã, ao qual meu olhar direciona-se para a janela, lá a vejo sentada na socapa de meus sonhos que tanto corroeram minha alma.

As lágrimas que tu fizeras descer de minha face têm banhado todos os momentos felizes que passamos juntinhos. Eu com minha inquietez e você minha fada, com teus lindos risos neste pulcro campo, no qual nos amamos pela primeira vez.

Lembro como minhas mãos, perpassavam em desejo embriagante pelo formoso corpo que tanto me enaltecia em chamas ardentes e inesquecíveis, que me faz suspirar e, ao mesmo tempo, deitar-me nos sonhos fantasiosos para imaginar: como é possível se amar tanto um alguém dessa maneira até mais que a si próprio, dando-lhe os melhores risos e olhares.

Mas, a saudade nos deixa sempre cicatrizes incuráveis que não passam rapidamente, nem se quiséssemos. Na varanda de minha casa, fico a olhar para o céu que escreve em minha alma as mesmas palavras que havia lhe dito no dia que nos apaixonamos, então nossos corações ficaram entrelaçados pelo destino. Você me disse que sonha com isso todos os dias e queres novamente em meus braços se jogar.

É primavera no meu peito, teu perfume quero sentir, vem amar-me, sou teu poeta que nas manhãs rir para ti e à noite chora de saudades de teu aconchego.

Jeimes Paiva
Enviado por Jeimes Paiva em 23/06/2007
Código do texto: T537898
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.