Ao Chile

Minha poesia

(Uma homenagem ao Chile)

É esta filosofia,

Escrita na saudade

De cada dia.

É esta paralisia

Que empresta

Sentido a vida

Que não se mede

No que se vive,

Mas nas saudades

Do que se sente.

Minha poesia, salvo engano,

Esta no bico do pelicano,

No grito do gavião,

Nas asas do condor,

Na bandurria austral.

No Nandu-de Darwin.

Minha poesia vem

Da pimenta defumada,

Do sabor da empanada,

Do fogo de chão

Da truta e do salmão,

Do peixe no prato.

Minha poesia vem

Do tilintar das taças,

Do choro dos vinhos

Da doçura das vinhas,

Do chiar das cascatas,

Dos leões-marinhos.

Minha poesia flutua

No azul dos lagos,

Nos penhascos sem fins

Nos picos nevados,

Nas rosas, nos jardins

Nos pendões dos capins.

Minha poesia passeia

Por entre as praças

Pelo relógio de flores,

Pelos brincos das taringas,

Pelas ruas arborizadas,

Pela liberdade dos barcos.

Minha poesia é lembrança

Da vista da casa de Neruda,

Da Armada e da La Moneda,

De Santa Lucia e de San Sebastian.

Do Chile de Allende,

De toda aquela gente.

MAReis
Enviado por MAReis em 11/09/2015
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