Irmãos meus

O tempo passa depressa,

Parece ter tanta pressa!

Atrás, ficou o outrora,

Pra frente, a saudade aflora!

Meu Mário e tantas Marias,

A gente chorava e ria!

Franciscos, Antonio e João,

Só saudade e solidão!

Suportando os muitos ais.

Ancorando o mesmo cais!

De vidas bem severinas,

Que no sentimento, malina!

Filhos dos mesmos pais,

De sonhos, as vezes iguais,

Fugir à terra nata,

Em busca,do que é vital!

Um a um, foi indo embora.

Levando os sonhos de outrora!

Restou apenas, o vazio,

E vidas em desafio!

Eram tantas afinidades,

Presentes nessa irmandade!

Agora, próximos estranhos.

Por vocês, eu já me acanho!

Uma casa tão completa,

Lar, onde tudo se aquieta!

Vivemos tantas histórias,

Risadas e sonhos de glórias!

Hoje, o meu picadeiro,

Não tem luz de candeeiro,

Não tem fogo de graveto,

Não restou nem um dueto!

Ecoa a voz da ciranda,

No terreiro ou na varanda!

Não há mais a meia volta,

Nem volta e meia, se dar!

O tempo passa depressa,

Parece ter tanta pressa!

Atrás ficou o outrora,

Pra frente, a saudade aflora!

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Maria Eunice Lacerda
Enviado por Maria Eunice Lacerda em 31/08/2015
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