O meu rio do meu riso.
Um rio.
Há um rio que brota,
no fundo dos meus olhos
jorra continuamente de mim,
que vem desaguar no meu coração,
inunda este mar de todas as saudades.
Pobre rio sufocado e seco,
com suas entranhas expostas,
devastada a margem sangra imunda,
morto de sede olha para o mar à frente,
falta-lhe força para navegar até o mar.
O rio que morre em mim,
foi troca maldita da vil moeda,
que ainda queimará as mãos traidoras,
de um falso progresso que de nada medra,
libertou as garras afiadas das mineradoras.
Rasgaram as montanhas,
estenderam suas vísceras ao sol,
com olhar triste olha um rio agonizante
vê o leito seco .Há morte reinante.
São peixes mortos de sede.
O rio secou o sorriso.
Toninho