O silêncio da noite
As estrelas quietas no imenso silêncio do céu
anunciavam o calado pavor da jornada
O fulgor daquele tapete estrelado
brilhava radiante na noite enluarada
Cada passo dado e cada medo não revelado
apertavam ainda mais o receio que do meu peito não escapava
Naquela estrada de terra batida, naquele fim de mundo entrevado
sentia o aroma da tímida planta que somente na escuridão se mostrava
Dama da noite, vagalumes brilhando, cheiro de mato,
grilos cantando, lampião alumiando, coração disparando
Dias longínquos da minha saudosa e quase esquecida infância
povoada de medos, de brincadeiras, de doces gostosos, de sonhos cadentes numa eterna dissonância.