Vento cantador.
Peguei uma carona num vento,
o vento que sopra sobre o mar,
na cantiga que é puro lamento,
traduzindo um desejo de amar.
Vento que tudo leva responda,
os apelos deste pobre trovador,
a evocar por Deus só desanda,
como Oxóssi na sua infinita dor.
meus gritos ecoam pelos ares,
o solitário ser na deserta praia,
como os filhos lá dos Palmares,
os suicidas na ponta da azagaia.
Oh vento! Que oculta em dizer,
em qual instante tudo derreteu,
daquela alegria feita do prazer,
nada ficou daquilo que era meu.
Quando ouço o cantar do vento,
Dilacera no peito uma saudade,
são lembranças vivas do tempo,
que enraizou numa frugalidade.
Toninho
Julho/2015