Mãezinha
Vida de minha vida,
Alma sofrida,
lágrimas esquecidas..
Num embalo de ninar.
Quantas noites mal dormidas,
Ao meu lado cantarolando tuas cantigas
Até o raiar do sol..
Dias de luta,
Mãos maltratadas pelo tempo
que abençoam e acenam, que curam ao tocar..
Na tua cadeira de balanço,
Ouço teu descanso, breve ressonar..
Teus olhos já sem brilho,
Teus cabelos cor de algodão,
Breve sorriso de solidão!
Queria te trazer a alegria,
da juventude, por um breve
espaço no tempo, retornar ao teu ventre.
E entre acúmulos de medos, desejos e sensações,
te trazer as primeiras emoções, do meu coração
batendo, meu corpo crescendo dentro de ti.
Mãezinha não te esqueças de mim,
Ainda que num sopro de lembrança,
voltes a lembrar de mim..
Estarei aqui, pra segurar tuas mãos,
Teu amor nunca fostes pouco, nem em vão
Terão sido os teus nãos!