Um paraíso
Remar nesse remanso é uma delícia
Quando em preamar, num entardecer.
A Gamboa dos barcos era o acesso
Da ilha de Manoel Gonçalves à ilha Macau,
A partir do século XVIII,
Como "estrada" das embarcações,
Daí para o interior do vale via rio Açu,
No comércio dos produtos do litoral e do sertão,
Inclusive do estrangeiro trazidos nos navios.
A Gamboa ainda expressa beleza
Apesar de ter sido castigada
Desde a instalação de uma grande salina
Na ilha de Alagamar, no lado oeste.
E no leste, mais de um século antes,
Por um lixão que contaminou
Severamente aquele solo, até a poucos anos.
O que restou do manguezal
São dois "cordões"
Paralelos nas margens,
Enfatizando a resistência desse vegetal
E o verde vivo da sua fertilidade e beleza.