O Sorveteiro
Passa o sorveteiro
nas ruas da memória.
O som da sineta
nos chamava à calçada.
- Quanto moço?
- Tem de abacaxi?
E lá se ia badalando
a sineta rua a fora.
Doces tardes sonolentas
da infância que passou!
Não sei por que lembro disso!
Talvez porque a tarde,
pestaneje de sono como outrora,
ou talvez porque a menina que fui,
ainda olhe curiosa a rua,
por trás de meus olhos de adulta,
a espera dos sabores
que a vida lhe trará.