O palhaço da minha infância
Na arte da boca pintada,
fiz uma criança no palco sorrir.
Pulei com a tua gargalhada
no alto do picadeiro.
Rodei na arquibancada com os
meus sapatos de borracha.
Vi a moça bonita rodar sua saia
harmoniosa em saltos de cinderela.
Quantos palhaços em suas palhaçadas
despediram-se deste cenário choramingando de amor.
Hoje quem sai sou eu, sorrindo com o bom
humor do menino da minha infância.
Um dia fez-me sorrir dentre as
fantasias descoloridas.
Hoje a boca pintada cobre a face
descolorida.
E a roupa desbota o personagem
sem platéia.
Luciana Bianchini