ALGUÉM PRECISA DE MIM

Hoje, vi alguém sentar,

sorrir e sonhar

(foi quase uma pirraça),

naquele banco da praça,

que era teu e meu.

Que saudade me deu!

Foi um sonho lindo

que agora é findo.

Não pode mais ser.

Sobrou este sofrer.

Trago teu rosto dentro d´alma

e o pensamento que acalma

é a lembrança deste amor

que no tempo ficou.

Do mais, nada restou.

As esperanças que tinhas...

nunca foram as minhas.

Tudo não passou de promessa

que acabou muito depressa.

Revelo agora, o tudo e o nada,

desta hora ou da passada,

que mesmo sem querer, sinto.

É verdade, eu não minto.

Mas, aquele nosso banco,

que agora, pintaram de branco,

não é, nem pode mais ser... Nosso.

E se chorar eu posso, vou derramar,

torcer-me e contorcer enquanto aguentar.

E quando todo este pranto acabar,

enxugo meu rosto e vou trabalhar.

O que é um banco? Alguém precisa de mim.

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 16/06/2007
Reeditado em 16/01/2015
Código do texto: T528741
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